domingo, 11 de setembro de 2005

NONSENSE: na minha lata

Posted by Picasa

Meu querido Gilberto Gil, querido, queridíssimo... vira e mexe embalando os momentos especiais da minha vida!

Metáfora
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz
lata
Pode estar querendo dizer o incontível...
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz
meta
Pode estar querendo dizer o inatingível...
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo-nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Não sou poeta mas me valho das metáforas! Outro dia parei para prestar um pouco mais de atenção nas coisas que digo e ouço. Quantas entrelinhas! Quanto sintomas e sinais escondidos aqui e ali.. Quantas vezes queremos dizer "isso" e sai "aquilo". Quero dizer lata e sai o incabível...
Talvez eu tenha um quê de poeta, apesar do dom me passar longe. Só escrevo essas reflexões de bobeira passageira, inspirada no dia-a-dia maluco e nas demais maluquices que acontecem ao longo do dia...
Difícil mesmo é ser poeta concreto - que o diga Arnaldo Antunes... sem metáforas, num lugar onde lata é lata. Falar tudo na lata! Ultimamente estou meio assim, na lata, mas tive respostas por demais metafóricas... ahn... metáforas... com disse Gilberto Gil, o melhor é deixá-las simplesmente metáforas... se for tentar entender fica pior. Terreno perigoso esse. Cada uma delas abre um leque de interpretações. Vai saber qual a certa. Vai saber o que queriam dizer, vai saber se é isso mesmo ou se é outra coisa!
Ô tendência para confusão que tem o diálogo que se vale das metáforas. Ou sou eu, sou eu que me angustio por querer tudo na lata, preto no branco, com os pingos nos "is"... É isso: metáfora é fácil de dizer e difícil de ouvir. Vai lá, diz! O que faço agora com todas estas que vieram parar nos meus ouvidos?
E mais, como se não bastasse o meu quê de poeta desprovido de dom, que não me permite entender as metáforas, tem alguém me mostrando como ser menos preto no branco, como por menos pingos nos "is", alargando as margens, ampliando horizontes... e é por causa dele que vou aprendendo a deixar as metáforas serem simplesmente metáforas... desconfio que ele tenha um quê de poeta...
Om Shanti!

3 comentários:

Anônimo disse...
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Dalva M. Ferreira disse...

Bom texto! Muito bem escrito, seja você poeta ou não, o que realmente importa é pôr prá fora suas idéias, e, acima de tudo, TER as idéias. O mundo fica mais bonito quando a gente pára e olha direitinho o que nos cerca.

Beijo da Dal.

CarolBorne disse...

Silvinha, como eu fiquei vaidosa com as tuas palavras! Tomara que o teu momento se resolva da melhor maneira! Fico torcendo aqui! Namaste!

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Médica formada na Faculdade de Medicina do ABC em 1999. Fez residência em Pediatria na Escola Paulista de Medicina – UNIFESP até 2002.

Especializou-se em Homeopatia pela Escola Paulista de Homeopatia, atual ICEH, de 2003 a 2005.

Seu interesse em Ayurveda nasceu com o início das práticas de Yoga em 2002. Em 2007, fez o módulo I de formação em Yoga com Pedro Kupfer. Em 2008 concluiu a formação em Ayurveda na Clínica Dhanvantari em São Paulo, com Dr. Luiz Guilherme Corrêa Neto.

Na Índia, fez estágio em Ayurveda e Pregnancy & Baby Care na “School of Ayurveda & Panchakarma”, Kannur, Kerala, em Janeiro de 2009 e no Arya Vidya Peetam Trust, AVP Hospital, Coimbatore, em janeiro de 2010.

Atualmente trabalha na em seu consultório, atendendo a consultas de Pediatria e Puericultura, permeadas pela Homeopatia, pelo Ayurveda e pela sua bagagem de maternagem.

Escreve o blog PEDIATRIA INTEGRAL no Portal de maternidade ativa Vila Mamífera.

TODOS SOMOS UM