quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

PARA O FIM DE ANO:


DESIDERATUM

"Que sejamos mais felizes
que tenhamos paz e muita saúde
que a gentileza esteja presente em nossos atos
que não faltem arte e música em nossas vidas
que descubramos o sentido da existência
que fiquemos mais sábios
que o sofrimento e a fome esqueçam o sistema solar
que todos voltemos a ser inocentes
que reine a paz entre todos os seres
que tenhamos luz, muita luz
que cresçam asas em todos nós."

OM SHANTI!

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

NONSENSE: desligar......


para viver melhor é preciso DESLIGAR.
nem que seja só de vez em quando:
desligar a TV e brincar com as crianças, rolar no chão;
desligar o celular e conversar no portão;
desligar o carro e ir a pé comprar pão;
desligar o ar condicionado e sentir o vento na cara;
desligar o som e ouvir os pardais no telhado;
desligar o despertador e curtir sol se pôr;
desligar o microondas e fazer uma salada, ou uma massa de pão;
desligar o pensamento e ouvir o coração.

OM SHANTI!

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

SAIBAM: a próxima "loucura"

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Pois é: para que as pessoas não percam o costume de me chamar de maluquinha, ou de repetir a célebre frase: "só você mesmo, Silvinha", é que venho postar aqui a minha próxima maluquice:

MACHU PICHU. Não é a visão mais absurdamente linda, essa foto?

Sim, de 2 a 6 de janeiro de 2006 estarei na TRILHA INCA, percorrendo a pé os 52km que separam Cusco de Machu Pichu. Claro, antes que perguntem: é uma travessia sem banho sim, dormindo em barraca, comendo a comida local, tomando chuva (porque chove mesmo essa época por lá), subindo e descendo longas ladeiras a 4000m de altura.... é, meio duro...
Mas tudo bem, coragem não me falta. Tenho treinado um pouco de caminhada , já estou amaciando meu tenis impermeável e já estou munida de um bom casaco e de boas meias... Comer? Como qualquer coisa mesmo, vocês sabem, sou meio draga. O banho... bom , além de lencinhos de limpar bunda de nenê e desodorante, o resto a gente releva... remédio para vômito e dor de cabeça também estou levando... hum... acho que vai ser tudo bem! AHAHAHAHA!

Brincadeiras a parte, esta é uma viagem que é muito mais do que especial. No início do ano assisti "Diários de Motocicleta", viram? Pois V-E-J-A-M. O filme que mais me tocou nos útimos tempos. Passei a admirar o CHE, antes de sua fase guerrilheira, com todo seu ideal humanitário e solidário. Uma alma que se condoeu da dor alheia e tão cheia de idealismo, de vontade de mudar o mundo, combater injustiças, olhar para o próximo. Bom, papo meio careta esse, pode ser, mas na medicina, na pediatria, na homeopatia, o lado "romântico" é justamente esse: não precisa ser nenhum CHE, mas a vontade de fazer diferença para o outro, ajudar um tiquinho assim, melhorar a dor ou o desconforto, acalmar as aflições... é justamente isso que me faz seguir em frente nessa vida de pediatra, tão mal remunerada, tão pouco reconhecida... essa minha especialidade tão marginalizada... (deixa para lá os motivos, outra hora escrevo sobre isso). Enfim, às vezes me sinto meio Che no meu dia-a-dia, sem a menor pretensão de sê-lo, claro.

E lá vou eu, viver um pedacinho do filme, fechar um ciclo, realizar um sonho, superar obstáculos, entrar em contato com a grandiosidade da natureza e da civilização inca... e aprender mais ainda com o povo local, com gente simples e sofrida...

Mas o melhor, o melhor de tudo, é compartilhar tudo isso com a pessoa mais especial que apareceu por essas bandas nos últimos anos... um ser meio iluminadinho (apesar dele mesmo não achar isso - que inocência), meio poeta, meio visionário, na mesma eterna busca que a minha, que tem a mesma disposição e o mesmo jeito de tocar a vida que eu. A criatura com quem divido equilíbrio, sossego, certeza e segurança... Não podia ser outra pessoa comigo nessa trilha, nessa jornada, que não fosse meu poetinha, meu amor... contrariando (meu grande poeta) Vinícius: que dure enquanto seja eterno...

É isso aí, vai ser uma graaaande "viagem" essa minha... espero poder compartilhar com todo mundo...

OM SHANTI!

terça-feira, 29 de novembro de 2005

NONSENSE: no meu lugar

Esta canção embala o meu amor, o meu amado,
onde estou, onde sempre quis estar.
É, cá estou eu no meu lugar...
At last, enfim, ainda que tarde, finalmente
encontrei porto, cheguei na praia e me joguei nos braços seus
de onde não sairei jamais
nem que a onda me leve, nem que chegue a tempestade
estarei aqui, segura, nos teus braços, cá estou eu no meu lugar...



Vinícius, que era gênio e hoje é como guia, um guru, tinha um dom muito maior e tratou de dizer a mesma coisa, de uma forma mais poética, mais cheia de beleza, mais apaixonada, mais linda impossível:

"Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra se morrer em paz"

OM SHANTI!

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

NONSENSE: outra vez Vinícius

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ANDEI MEIO SUMIDA MAS VOLTEI!!!

Eis o que anda me inspirando nos últimos tempos: mais uma vez, Vinícius de Moraes... fomos assistir ao filme, há mais de uma semana. E há mais de uma semana que ele não me sai da cabeça. Não canso de ouvi-lo recitar e cantar... não canso de refletir a cada estrofe e de constatar o quanto eu tenho de Vinícius no jeito de levar a vida, no jeito de ver beleza em tudo... beleza no que é simples, num gesto, no olhar, no amor, no amado.... e como eu amo e amo cada segundo, cada sorriso, um momento aqui e outro ali, que faz parte do número gigante de momentos maravilhosos que Deus me dá!
Salve Vinícius!

"Você que só ganha pra juntar
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje,
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!

Falado - Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...

Você que não pára pra pensar
Que o tempo é curto e não pára de passar
Você vai ver um dia, que remorso
Como é bom parar!
Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar...

Falado - Mas você, que esperança... Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito(e tome gravata!) e lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra!

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

Falado- Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas...

Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!"

Não é simplesmente G-E-N-I-A-L???!!! Tão eu!

Om Shanti!

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

NONCENSE: preguiça


Ontem, dia dos mortos.....
Morta fiquei eu, no sofá.
Vinte e quatro horas de colo, cafuné, beijinhos e carinhos...
Chuviscando lá fora, arriscamos até uma mesa de buteco. Mas o frio não deixou.
Corremos logo para debaixo do cobertor, na frente da TV... um cochilo entre o futebol e o documentário sobre os piolhos das focas. Mas... focas têm piolhos? Têm, e muitos! Que edificante! AHAHAHA, as focas têm piolhos!!!
Num dia desses não quero mais nada.
Só colo, vinho, calor e a questão dos piolhos das focas... muito preocupante!
Ai, que dia morto ontem.
Que dia bom!!!

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SAIBAM: nós, brasileiros


E disse Saramago, muito sabiamente, sobre o REFERENDO DE 23 de outubro de 2005:

"Vivemos num estado de insegurança geral. É natural que as pessoas pensem que, se tivessem uma arma pra defender-se, isso lhes conferiria maior segurança. Mas creio que é uma falsa segurança. Por outro lado [o referendo] foi um disparate. Neste momento, o Brasil numa crise política séria, gravíssima. Como se aqui, todas as coisas corressem o melhor possível... O referendo não muda em nada na situação em que as coisas se encontravam. Agora, se o Brasil quis imitar os EUA e fazer da posse de arma uma espécie de novo estatuto de cidadania, parece um bocado infeliz, não é?"

(Folha de S. Paulo 29 de outubro de 2005)

Concordo totalmente. Eu, que votei SIM mais por idealismo e com a convicção que o referendo foi um noncense total, acabei achando que seria melhor ter anulado o voto, como fez Caetano Veloso. Anular seria uma maneira de se abster de participar dessa palhaçada de referendo, dessa gastação de dinheiro à toa por parte do governo, dessa discussão que, na prática, liga nada a lugar nenhum. Pura perda de tempo.

E estamos todos nós aqui, na mesma, embasbacados com os absurdos que chegam aos nossos olhos e ouvidos diariamente... continuamos aqui parados, quase morrendo de inanição...
Ai se toda essa lama fosse em outro país! O presidente já estaria no chão e o povo nas ruas...
O que acontece com a gente? O brasileiro é feliz demais, viu? Vai ver que a gente tem que ser um pouco mais amargo, passar mais perrenho, sei lá!
O que está faltando para nós brasileiros soltarmos o grito de raiva e indignação que está preso na garganta???

OM SHANTI! Posted by Picasa

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

NONCENSE: mãos e óleo

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O toque, quando é de leve, é carícia.
Mais a fundo, é massagem.
O toque que estira a pele, o músculo, o tendão, o nervo.
O óleo faz a mão deslizar pelo corpo, mais rápido, mais devagar, conforme pede o ritmo.
Fazer massagem aquece, cresce, toma, envolve.
E logo um está ligado ao outro, trocando energia, virando cúmplices.
Massagem é mais que carinho.
É
entrega.

ITENS INDISPENSÁVEIS:
óleo
música
tatame
mãos
corpo

PARA QUEM É MASSAGEADO:
ficar quieto
relaxar o corpo
fechar os olhos
sentir o toque

PARA QUEM VAI MASSAGEAR:
disposição
energia
pressionar
alisar
se entregar

NO FINAL
os dois merecem descansar...

Tentem e aproveitem a sintonia!

OM SHANTI!

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

INCURSÕES POÉTICAS: Sinfonia

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cada nota cada tom
cada som
cordas sopros
percussão
juntos plenos e harmônicos
no compasso de uma mão
na ponta da baqueta
fazendo a sala, a alma e a emoção
tranbordarem de beleza
flutuarem na leveza
do ritmo
do tom
de cada nota cada som

domingo, 16 de outubro de 2005

INCURSÕES POÉTICAS: Juntos

toque pele boca
palpita o coração
beijo quente
gosto doce
toque a próxima canção
embala meu sono
dança comigo
será que não consigo
ficar longe
do seu toque pele boca
coisa louca
magia sem pretensão
e se de repente
a gente sente

um arrepio cruzar as costas

deixa vir
invadir
o corpo a mente a alma o sentido
sem medo sem juízo
sem defesa da paixão

(sei que as rimas são quase infantis....... mas o que não faz um coração apaixonado aprendiz de poeta?! )
OM SHANTI!
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NONSENSE: exisitindo

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Primeiro de tudo preciso me desculpar! Afe, demorei pra conseguir voltar a escrever e mesmo assim, ainda não me sinto tão confortável....

A inspiração deu uma sumida por aí. Foi dar umas voltas em outras bandas, continuo procurando por ela, mas cadê que não aparece?!

Olho por todos os cantos à sua procura... um olhar perdido no horizonte, pelos os prédios, entre os carros, varrendos os rostos. Cadê inspiração?

Olhar para dentro também não tem ajudado muito... tudo está tão em paz! Minhas elocubrações atuais não chegam a ser forte inspiração... o curso de homeopatia, a conta para pagar, o supermercado por fazer.... voltar a praticar yoga, caminhar, parar de beber tanta cerveja, essas coisinhas mais práticas e banais que se resolvem de um jeito fácil....

Ihhh...... será que estou virando uma pessoa sem angústias, sem crises existenciais? Fazia tempo que eu não me via mais assim: tão feliz, plena, calma, certa.

Mas é bom, é bom que as crises deêm uma trégua, para poder descansar esse meu coração que por muito tempo andou perdido por aí, de bar em bar, sem destino certo. As questões existenciais já já podem até aparecer de novo mas é que, por enquanto, meu olhar interior me diz que talvez eu possa ter chegado a um ponto importante da minha existência - o ponto em que, depois de tanto esforço, finalmente estou exisitindo do meu jeito. A Silvinha hoje talvez seja mesmo a Silvinha que eu sempre busquei ser.

Eu, euzinha assim.

Hoje tenho a sensação de que realemente escolhi. Hoje não é só acaso, não sou um acidente da existência. Me construí. Me modelei do jeito que bem quis, e o resultado é esse aí: muito amor para dar, muita vontade de realizar, muito estrada para seguir ainda... só a barriguinha de chope e as coxas largas que continuam as mesmas. hehehehe... tá certo, logo isso muda também!

OM SHANTI!

terça-feira, 27 de setembro de 2005

NONSENSE: paciência

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Ai... lacônica hoje........ inferno astral total........ talvez a inspiração só volte depois do meu aniversário........ não vai demorar muito!

Enquanto isso, vou com Lenine:

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára...


Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida e tão rara


Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência!

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência!


Será que é o tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber ?
A vida é tão rara...


OM SHANTI!

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

NONSENSE: começo do dia

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Olha o tempo desanuviando....
No meio das nuvens, meio tímido, um arco íris na minha janela hoje de manhã!
Quanto tempo que eu não via arco-íris...
Um presente para me fazer sorrir hoje cedo, quando o relógio tocou às 6 e meia...
Esta manhã, que pode ter sido igual para muita gente, para mim foi toda diferente. Teve gosto de paz, sossego, aconchego, começo, leveza, beleza, poesia, carinho, compania.
Será que foi só o arco-íris?
É! O arco-íris está aí para anunciar que o tempo finalmente abriu. No céu e no meu coração.

Diz Lao-tsé no Tao Te Ching (Escritos do Curso e Sua Virtude):

"Falar diluído é o natural
portanto
um vendaval não dura um a manhã
um temporal não dura um dia
quem os fomenta?
céu e terra

céu e terra... sua fúria não dura
quanto mais a intempérie humana!"

OM SHANTI!

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

NONSENSE: gripe

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Chuva, chuva, chuva! porque não pára de chover?
Pisei em poça, molhei os pés, não tenho galocha.
Logo cedo o céu cinzento prevendo mais um dia frio...
Cadê o sol?
Está tímido demais para secar as ruas e para ficar vermelho no fim de tarde.
E a chuva continua.
E a gente tem que ir trabalhar sem deixar a preguiça atrapalhar.
Deixar as cobertas para trás, tão aquecidas pelo corpo, tomar rapidamente um leite quente.
Frio só é bom nas férias.
Frio só é bom a dois.
Só assim dá para ficar quanto tempo quiser na cama, mesmo que for o dia inteiro embaixo do lençol, não faltaria o que fazer!
Um esquenta o pé do outro, o outro esquenta o coração do um.
Não precisa galocha, nem guarda chuva.
Nem casaco pesado, nem dormir de meia.
Não precisa nem abrir a janela para o dia cinza que não sorri.
Mas hoje, hoje está frio e estou precisando de casaco pesado.
Dormi de meia. Tive que abrir a janela logo cedo.
O dia está cinza, mas arrisca um sorrisinho: "calma Silvinha, essa gripe já passa!"
Brrrr........

Om Shanti!

domingo, 11 de setembro de 2005

NONSENSE: na minha lata

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Meu querido Gilberto Gil, querido, queridíssimo... vira e mexe embalando os momentos especiais da minha vida!

Metáfora
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz
lata
Pode estar querendo dizer o incontível...
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz
meta
Pode estar querendo dizer o inatingível...
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo-nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta, não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
Não sou poeta mas me valho das metáforas! Outro dia parei para prestar um pouco mais de atenção nas coisas que digo e ouço. Quantas entrelinhas! Quanto sintomas e sinais escondidos aqui e ali.. Quantas vezes queremos dizer "isso" e sai "aquilo". Quero dizer lata e sai o incabível...
Talvez eu tenha um quê de poeta, apesar do dom me passar longe. Só escrevo essas reflexões de bobeira passageira, inspirada no dia-a-dia maluco e nas demais maluquices que acontecem ao longo do dia...
Difícil mesmo é ser poeta concreto - que o diga Arnaldo Antunes... sem metáforas, num lugar onde lata é lata. Falar tudo na lata! Ultimamente estou meio assim, na lata, mas tive respostas por demais metafóricas... ahn... metáforas... com disse Gilberto Gil, o melhor é deixá-las simplesmente metáforas... se for tentar entender fica pior. Terreno perigoso esse. Cada uma delas abre um leque de interpretações. Vai saber qual a certa. Vai saber o que queriam dizer, vai saber se é isso mesmo ou se é outra coisa!
Ô tendência para confusão que tem o diálogo que se vale das metáforas. Ou sou eu, sou eu que me angustio por querer tudo na lata, preto no branco, com os pingos nos "is"... É isso: metáfora é fácil de dizer e difícil de ouvir. Vai lá, diz! O que faço agora com todas estas que vieram parar nos meus ouvidos?
E mais, como se não bastasse o meu quê de poeta desprovido de dom, que não me permite entender as metáforas, tem alguém me mostrando como ser menos preto no branco, como por menos pingos nos "is", alargando as margens, ampliando horizontes... e é por causa dele que vou aprendendo a deixar as metáforas serem simplesmente metáforas... desconfio que ele tenha um quê de poeta...
Om Shanti!

terça-feira, 6 de setembro de 2005

NONSENSE: a 999a. lágrima

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O texto que deu nome ao espetáculo de sábado é este aqui: MILÁGRIMAS. Fiquei bastante tocada quando foi apresentado. A sincronicidade realmente não me abandona. Lá estava eu, bem acompanhada, assistindo a um espetáculo que, por coincidência (?), me dizia respeito e que me desencadeou uma série de emoções. Ocasião significativa. Para que mais? Pois é. Bem na hora em que eu me perguntava "pra que mais? 'tá tudo tão bom que podia congelar assim..." começou a ser apresentado este texto. E aí entendi porque que eu estava ali...

Milágrimas
(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

Em caso de dor ponha gelo,
Mude o corte de cabelo,
Mude como modelo.
Vá ao cinema, dê um sorriso,
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo.
Se amargo foi já ter sido,

Troque já esse vestido,
Troque o padrão do tecido.
Saia do sério, deixe os critérios,
Siga todos os sentidos,
Faça fazer sentido.
A cada mil lágrimas sai um milagre...
Caso de tristeza, vire a mesa,

Coma só a sobremesa, coma somente a cereja.
Jogue para cima, faça cena,
Cante as rimas de um poema,
Sofra penas, viva apenas.
Sendo só fissura ou loucura,
Quem sabe casando cura, ninguém sabe o que procura.
Faça uma novena, reze um terço,
Caia fora do contexto, invente seu endereço.
A cada mil lágrimas sai um milagre...
Mas, se apesar de banal,

Chorar for inevitável, sinta o gosto do sal... do sal.. do sal...
Sinta o gosto do sal.
Gota a gota, uma a uma...
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre....
A cada mil lágrimas sai um milagre ...

Ouvir isso naquele dia, naquela hora, ao lado do..... bom, ao lado de quem já é ouuuuutra história... hehehehehe.......... é sincronicidade pura... (sabe aquele trecho que publiquei outro dia? "odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia"? só posso dizer isso - É verdadeiramente compania). Enfim, voltando!

É esse meu momento: de mudar o padrão e o corte de cabelo. De dar aquele sorrisinho amarelo, sentir que o amargo ficou para trás. Fazer cena (fiz uminha nestes últimos dias, hehehehe), rezar, curtir poesia, virar a mesa... é o que eu tenho feito ultimamente! Tão EU!!! Estou tentando sair um pouco do sério e agir sem tanto critério. E vivo, e sofro minhas penas... Quero muito que tudo faça mais sentido!

Minha útima lágrima saiu assim meio furtiva, sem avisar, no meio de uma conversa sincera e de coração escancarado. Nem um pouco banal. Não foi lágrima de tristeza, nem de alegria, nem de esperança, nem de fim-de-linha... foi a minha 999a. lágrima! Esta minha última lágrima, foi mesmo uma lágrima só. Uma só. Uma sózinha assim. Não foi choro. Era a constatação da sincronia - a certeza que, o que eu vivo agora eu tinha mesmo que viver. Quem está na minha vida agora, tinha mesmo que estar. Tudo está como está, é como é, porque assim tem que ser. Nem sempre eu gosto destas constatações. Mas naquele momento fiquei tão cheia de carinho que a danadinha da 999a. lágrima escapou...

Quem sabe na próxima sai um milagre....

OM SHANTI!

SAIBAM: espetáculo!!!

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Já sei, já sei! Tem um tempinho que eu não posto nada de diferente.... pois então, estou publicando um negócio interessante hoje!

Sábado, este que passou, fui assistir a um espetáculo do Ivaldo Bertazzo. Já tinha ouvido falar nele, por causa do Armandinho, que é fisioterapeuta, mas nunca tinha visto nada dele. Enfim, o cara é coreógrafo e faz várias atividades nesse negócio de trabalho corporal, postura, expressão corporal, sabe? É fera. visite site oficial

Enfim, o espetáculo, seguindo a linha dos anteriores, misturava cultura brasileira com a cultura do outro lado do mundo. Desta vez, negra sul-africana, a música e a dança. Me deliciei, fiz uma pequena viagem de volta à Africa do Sul e lembrei tanto dos tempos que passei por lá durante o intercâmbio, em 1992... (putza vida, faz tempo já!)... a família que me hospedou vivia me levando aos povoados zulu que tinha ao redor da nossa cidadezinha, Amanzimtoti ('Toti para os íntimos)... fui várias vezes a Umgababa para comprar artezanado, comer a comida típica zulu, ouvi muito a música deles, vi muita "zulu dance", como eles falavam lá.

Então o espetáculo teve, para mim, um sabor todo especial de nostalgia. Eram 5 cantores sul-africanos, junto com músicos brasileiros. Percussão, piano, contrabaixo e vários sopros. Dançando, uma turma treinada pelo Ivaldo Bertazzo, de meninos da periferia que A-R-R-A-Z-A-R-A-M.... difícil descrever como foi bonito!!!

Delícia cultura afro. Sempre fui meio chegadinha em voz de negão, dança de negão... crianças-brigadeiro então, desmantelam meu coração!!! Viu que lindo o neguinho aí em cima??? ehehehehe...

Foi realmente uam noite especial. Espetáculo que acrescentou e me sensibilizou... a compania... bom, a compania.... foi igualmente uma delícia... mas isso é uma oooooutra história....

OM SHANTI!

terça-feira, 30 de agosto de 2005

NONSENSE:.......?????

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Lacônica hoje......... só ouvindo música, inspirando, expirando.... ainda na onda George Harrison:


"Give me love
Give me peace on earth
Give me light
Give me life
Keep me free from birth
Give me hope
Help me cope, with this heavy load
Trying to touch and reach you with,
heart and soul....


OM M M M M M M M M M M M M M
M M M My Lord . . .


PLEASE take hold of my hand,
that I might understand you
Won't you please?
Oh, won't you?


Give me love
Give me love
Give me peace on earth
Give me light
Give me life
Keep me free from birth
Give me hope
Help me cope with this heavy load
Trying to touch and reach you with
heart and soul


OM M M M M M M M M M M M M M
M M M My Lord . . .


PLEASE take hold of my hand
that I might understand you...."

OM SHANTI!



sábado, 27 de agosto de 2005

NONSENSE: doçura

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Ai! Saudade de escrever por aqui... o povo está até me cobrando um novo post... mas passei a semana muito corrida, muito plantão e tanta novidade que não consegui parar quieta para escrever. Só hoje, que já é sábado, aquietei o facho.

Passei a semana inteira assimilando...

Assimilando que a doçura desta foto poderia realmente voltar a acontecer na minha vida, coisa que eu quase já não acreditava mais... assimilando que tem gente no mundo querendo receber tanto carinho quanto eu quero dar... assimilando que o fator surpresa é delicioso... (já que as minha últimas surpresas não foram tão agradáveis assim), assimilando um montão de coisas muito doidas e muito boas, que me fizeram manter um sorriso no rosto a semana toda.

Sabe o que é? Quando a cabeça está sem grilos, quando a intuição é forte e certa, quando a gente tem paz, sossego e coração tranquilo, tudo fica tão fácil e manso que não há espaço para muitas fosforilações, nem muitas conjecturas ou suposições... é só isso: tudo está bem, tudo está calmo... quando o coração não grita, a cabeça não se confunde e não afloram muitos pensamentos nem filosofias e nem conflitos para eu derramar aqui. E ainda bem, meus posts já estavam ficando meio com cara de Lya Luft, que eu não suporto.

Nããão, não vou ter que sair dessa calmaria para voltar a "filosofar", não! Por enquanto está tudo em paz. Prometo arrancar criatividade suficiente desta minha paz, para poder escrever posts tão bonitos quanto aqueles das horas de cabeça em furacão!

"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não"

Portanto, se Vinícius está certo, vou ter que deixar de lado esses meus "sambas", porque por enquanto estou sem nenhum bocado de tristeza!

Om Shanti!

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

NONSENSE: sincronicidade

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Mais uma vez, o que cai na minha mão não é por acaso. I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E! Sou assinate da revista VIDA SIMPLES há 2 anos. Adoro, me inspira, me orienta. Mas nem tive tempo de ler a edição que recebi o mês passado. Ficou o mês inteirinho fechada em cima da mesa, com um punhado de contas e boletos a pagar sobre ela. Nem abri. Ontem, recebi a edição deste mês e lembrei que não tinha nem batido os olhos na anterior. Bom, fui lá dar uma folheada naquela que ficou abandona e olha só o que encontrei:

PENSAMENTO VEM DE FORA

"Pensamento vem de fora
e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora
o que no meu peito penso.
Pensamento a mil por hora,
tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora
sem o meu consentimento?
Se tudo que comemora
tem seu impedimento,
se tudo aquilo que chora
cresece com seu fermento;
pensamento, dê o fora,
saia do meu pensamento.
Pensamento, vá embora,
desapareça no vento.
E não jogarei sementes
em cima do seu cimento."

Mal terminei de ler já sabia: Arnaldo Antunes, claro. E também não foi por acaso que vim ouvindo o CD dele, "Saiba", no meu caminho de volta para casa...

E concluí: não li a última edição de VIDA SIMPLES, não por falta de tempo ou interesse, mas por causa dos meus pensamentos... a cabeça ocupada com mil e uma coisas... contas, trânsito, trabalho, crianças, televisão, insônia, planos, pais, amigos e pensamentos, pensamentos, pensamentos... teimosos, incovenientes, inúteis! "Vêm de fora e pensam que vem de dentro! Sem meu consentimento se instalam e não vão mais embora - um verdadeiro tormento!"

Arnaldo Antunes, em toda sua genialidade, pôde me mostrar que estou pensando demais. Afe, chega. Como atrapalha pensar demais! Mas como é difícil pensar de-menos!!! Não fazer planos, não pensar no amanhã, não imaginar como seria isso ou aquilo, não remoer pequenas mágoas, não se torturar com o caos da cidade, com o saldo negativo, com o monte de plantões da semana que vem e principalmente com as dores "cardíacas"! Se o coração ficasse um pouco quieto, quem sabe, seria mais fácil pensar de menos...

Devemos só lavar a louça, quando estamos lavando louça, como diria Thich Nhat Hanh, um famoso monge budista. Mesmo lavando duzentos pratos, sem a atenção voltada para os pratos e com o pensamento sei lá aonde, você não lavou a louça. É isso aí: vou tentar lavar a louça. Trabalho árduo, em todos os sentidos (morro de nojo do ralinho cheio de comida) mas que precisa ser feito. Mão na massa!

Nesta mesma edição, que eu não tinha lido, encontrei na coluna de Caco de Paula, um texto de "Gratidão ao Som", onde ele agradece os sons da vida, os pássaros, os carros, os Beatles, ao cinema e muito especialmente aos sons dos mantras. Compartilho de cada palavra que ele escreveu, e também sou grata por ter tido acesso à estas culturas tão especiais: o hinduísmo e o budismo. Também sou grata por pelo mantra OM que está na porta da minha casa e ao mantra OM MANI PADME HUM (que se realize a união entre a sabedoria e a compaixão) que está na porta do meu quarto, em forma de um estandarte tibetano em páli. Sou grata por entender todos esses símbolos e significados e deixar com que eles tragam mais paz e tranquilidade ao meu pensamento, que anda perdendo as estribeiras ultimamente! A nota de rodapé da coluna conta: " Caco de Paula escreveu este texto ouvindo Chants Of India, de Ravi Shankar e produzido por George Harrison", CD este que acabo de adquirir depois de fechar os olhos para o preço salgado... Quem leu meu útimo post percebeu o TAMANHO da coincidência!

Coincidência ou só abri a revista na hora certa? Justo na hora em que pôde acrescentar algo de novo e fazer sentido. Talvez se eu tivesse lido logo que recebi, nada disso teria significado. Ia passar batido!

Pois é, se até para abrir uma revista tem hora certa, imagina para acontecer o resto de toda a nossa vida! É respirar fundo, recitar um mantra e esperar acontecer! A sincronicidade é que faz things make sense!

Om Shanti!

terça-feira, 16 de agosto de 2005

SAIBAM: a pedidos, mais sobre música indiana e mantras

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Como já disse, nada cai na minha mão por acaso. Nem livro, nem CD, nem DVD. Sobre "Quando Nietzsche Chorou" já publiquei, mas esqueci de deixar o link - aí vai: Quando Nietzsche Chorou

Sobre o CD do Coldplay, que também não caiu em minhas mãos por acaso, já publiquei alguma coisa e aí vai o link: Coldplay X&Y Este, ainda está meio dolorido de ouvir, por razões cardíacas... mas é E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R!

Enfim, mais sobre música indiana... bom, como já disse, a prática que participei na última sexta foi de música devocional, onde se recita mantras, de uma forma bastante repetitiva, a fim de esvaziar a mente dos pensamentos comuns e alcançar algo mais elevado. É o kirtan, o ioga devocional. Canta-se para vários deuses hindus, como já disse, Shiva, Krishna, Kali, Durga etc.

O mantra OM é o mantra universal. Sabe a história do início do mundo contada na nossa Bíblia- o Gênesis? Lá conta: "E Deus disse: exista a luz. E a luz existiu. (...) disse também Deus: faça-se o firmamento..." e etc. então OM é isso - é o verbo, o som priomordial, o som que antes dele só havia o silêncio. É o mais poderoso de todos os mantras e também a matriz, o início de todos eles. Quando se escreve OM em Devanagari (o alfabeto hindu), ele vira um Yantra, ou seja, um símbolo gráfico para representar todo o seu significado. Todo mundo conhece:

Nos mantras também temos palavras como NAMAH, que é uma interjeição de saudação, como NAMASTE. Portanto OM NAMAH já começa a fazer sentido...

Que mais? JAYA, (pronuncia-se djéia) é também uma interjeição de saudação, mas significa vitória. ex: "Durga, jaya, jaya!" Durgá é um dos nomes de Shaktí, a esposa de Shiva. De jaya, tem o ujjai pranayama, exercício respiratório para ativar a circulação de energia no corpo, usando principlamente no Ashtanga Yoga. Vê como as coisas são interligadas?

Existem sons como Ram, Ham, So Ham e outros que são sons sementes (bindí, que também é o nome daquela pedrinha que as indianas põe na testa) responsáveis por ativar determinados chakras quando são recitados. Portanto ao recitar "Ram Ram Sitaram" por exemplo, como fizemos com Krishna Das, estamos ativando o manipura chakra (chakra do umbigo).

E tem, muita, mas muita coisa mais... para não se perder na contagem dos mantras, utiliza-se o Japa mala, um cordão de 111 contas, se não me engano, usado também pelos budistas tibetanos, sabe? Estou usando o meu na foto com Krishna Das logo abaixo...

Para quem está a fim de mergulhar nos mantras e praticar kirtan aí vai a dica:

Pilgrim Heart, Krishna Das

É uma forma bem ocidental de ouvir mantras, inclusive com uma música em inglês, (todas as outras em sâncrito), com uma mistura de samples, instrumentos indianos como a cítara, tablas, harmonica e outros. E claro, a voz poderosíssima de Krishna Das.

A outra parte da musicalidade indiana é a música clássica: as rapisódias e os concertos e solos de cítara. A orquestra indiana é totalmente diferente da nossa, instrumentos estranhíssimos, moringas, tablas, muita percussão. Vários tipos de flautas, intrumentos de cordas, um tipo de um xilofone... sei lá, muito doido. O melhor exemplo vivo da música clássica indiana é Ravi Shankar, que já está bem velhinho.... Um brasileiro que é um exímio citarista é Alberto Marsicano, que já tive o prazer de me deliciar com uma apresentação dele junto com meu amigo Carlo, em 94 (95?) Os dois CDs dele, "Quintessência" e "Eletric Sitar" são altamente recomendáveis. O primeiro ´so cítara e percussão. O segundo, com uma veia eletrônica, tipo lounge.

Alberto Marsicano, Eletric Sitar

Aqui, páro para agradecer meu amigo Carlo, de coração. Ele me fez comprar o DVD "Concert for George". Reclamei do preço, ele disse: "compra que você vai amar, é fudido!" Bom, AMEEEEEEEIIII de coração! Tem um concerto, com a orquestra indiana INTEIRA, coral e tudo, sob regência de Anoushka Shankar, filha do Ravi. Solo de cítara com ela, que toca como uma deusa... bom.. para quem não lembra Georege Harrison foi discípulo de Ravi Shankar e foi responsável pela introdução de citara e essas notas indianas em algumas músicas dos Beatles (como em "My Sweet Lord", que não deixa de ser uma cântico devocional). DELÍRIO PURO!!! Fora as participações especiais de deuses como Eric Clapton, Paul McCarteney entre outros.

Compartilhe comigo desta emoção... Acenda um incenso e transcenda!!!!!!!!

Concert for George

OM SHANTI!!!!

domingo, 14 de agosto de 2005

SAIBAM: Kirtan com KRISHNA DAS

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Nesta última sexta feira tive o privilégio de participar de um kirtan, com Krishna Das (é ele comigo aí na foto). Kirtan, ou canto, (em inglês, chanting), é quando as pessoas se juntam para cantar mantras. É a prática do ioga devocional. Através da música e da recitação de mantras nos aproximamos daquilo que é mais sagrado. "Quando apaixonados, nossos corações chamam constantemente nosso amor. Kirtan é esse chamamado."

Funciona assim: ele entoa com uma voz poderosa um mantra e a gente repete. Acompanhado percussão, flauta e harmônica, tocada pelo próprio Krishna Das, todos sentados no chão, pernas cruzadas e muita concentração. E o ritmo vai te embalando, vai crescendo, a voz vai ficando mais forte e todos entoam juntos "Om Namah Shivaaya" ou "Jaya Jagatambe He Maa Durgaa".... e assim vai...

Cada mantra tem seu significado, mas na maioria das vezes fazem reverência aos deuses hindus como Krishna (quem não conhece o Hare Krishna Hare Krishna, Krishna Krishna Hare Hare....), Shiva, Durga, Kali, Hanuman etc... Começando sempre com um longo OMMMMM e terminando com OM SHANTI SHANTI SHANTIIII... (exatamente como termino meus textos aqui).

Foi uma experiência inesquecível, pois não se tratava apenas de um show de música indiana. Todos participamos dos cânticos, fazendo os coros e dançando. Krishna Das, que é americano, tem um senso de humor refinadíssimo, o que deu às suas histórias sobre a Índia e seu Guru um gosto todo especial de alto astral...

Depois de três horas de chanting, ele teve muita disposição e ainda autografou CDs, inclusive o meu, tirou fotos, distribuiu beijos e abraços, bateu papo.... foi.... DEMAIS!!!

"Cantar abre o olho interno do coração. Limpa o espelho do coração para que este possa refletir claramente o que já está dentro de nós."

Saiba sobre a vida, música, CDs, etc de Krishna Das: visite o site oficial


Om Shanti!

terça-feira, 9 de agosto de 2005

NONSENSE: Nietzche e eu

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Foi o que fiz neste último fim de semana... pensar e pensar..... tanto que estou lacônica hoje!

Os livros que leio nunca caem na minha mão por acaso. Estou lendo "Quando Nietzsche Chorou", I.D. Yalom, e dele estou tirando verdadeiras pérolas... deliciem-se e tirem as suas conclusões, hoje não estou podendo explicar muito... elas dizem TUDO por si só. Denunciam o que se passa dentro do meu coração e da minha alma. Exprimem minha aflição e meu sentimento... aproveitem muuuuito... conheçam um pouco mais de mim - e leiam o livro, claro, recomendadíssimo para quem questiona a vida!

"Sonho com um amor que seja mais do que duas pessoas ansiando por possuir uma à outra. Sonho com um amor em que duas pessoas compartilham uma paixão de buscar juntas uma verdade mais elevada. Talvez não devesse chamá-lo de amor. Talvez seu nome real seja amizade." pg.323

"(ele) atenua minha solidão. Até onde consigo me lembrar, tenho me assustado com espaços vazios dentro de mim. Além disso, minha solidão não tem nada a ver com a presença, ou ausência, de pessoas. Está me entendendo?

... odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia." pg.304

"A vida da qual desejo escapar é a vida da burguesia médica vienense de 1882. (aqui leiam 'burguesia médica paulistana de 2005') Eu sei que os outros invejam minha vida, mas eu a abomino. (no meu caso, não com tanta veêmencia). Abomino minha mesmice e previsibilidade." (isso sim!) pg. 297

sobre os fantasmas da nossa mente - "Esses pobres fantasmas não fazem parte da realidade numênica. Toda visão é relativa, assim como todo conhecimento. Inventamos nossas experiências. E o que inventamos podemos destruir." pg. 281

" - Metas? As metas estão na cultura, no ar. Nós as respiramos. Todos os meninos com quem cresci inalaram as mesmas metas. Todos queríamos pular fora do gueto judaico, subir na vida, ter sucesso, riqueza, respeitabilidade. Era o que todos queríamos! Nenhum de nós jamais se pôs deliberadamente a escolher metas, elas estavam bem ali, as consequências naturais de meu tempo, meu povo, minha família.
- Mas elas não serveriam para você, Josef. (leia Silvinha) Não foram suficientemente firmes para sustentar sua vida. Bem, talvez fossem bastante firmes para alguns: os sem visão, ou para os medíocres que correm a vida toda atrás de objetivos materiais ou mesmo para os que atingem o sucesso mas têm o dom de continuamente fixar novas metas fora do alcance deles. Você olhou para longe demais na vida. Você viu que era fútil alcançar metas erradas e fútil fixar novas metas erradas. Multiplicações por zero dão sempre zero!

(...) Não tomar posse do seu plano de vida é deixar sua existência ser um acidente." pg. 254

E para concluir - deixe-me lembrar-lhe as palavras de Goethe:

"Sê um homem e não siga a mim, mas a ti! Apenas a ti!"

OM SHANTI!

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

NONSENSE: diretamente do meu porão

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"Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração."

(FRESTA, Fernando Pessoa )

Mais uma vez, Fernado Pessoa, o baixo-astral, aqui no meu blog, descrevendo tão completamente a sensação do vazio. Não que eu esteja me sentindo assim especificamente HOJE, mas temos que admitir: todos nós temos vazios, porões, para serem explorados e iluminados à luz da consciência, a fim de se perceber o tamanho e os restos, sujeiras e destroços que porventura sobraram por lá.

Pois é, essa fase de vasculhar o porão, fazer aquela limpeza geral e iluminar cada canto é um pouco complicada. Extensa, profunda. Estou fechada no meu porãozinho hoje, fazendo faxina, zerando. Já encontrei alguns bichos-papões em baixo da cama, mas olha, não saí correndo! Toquei tudo pra fora, à vassouradas.

Agora, livre dos monstrengos, dedico-me a organizar tudo, pôr cada coisa em seu lugar. Farei do meu porão um lugarzinho mais aconchegante e ensolarado, com vaso de flor no beiral e tudo. Quem sabe aí se proximem alguns passarinhos...

Enquanto isso descanso da faxina lendo um bom livro, curtindo a família (inclusive a Nina!) e os amigos. Isso faz com que meu canto se encha de graça, de ecos de risos, gritinhos de satisfação (e agora latidos também!). E aí, concluo, numa sensação gostosa, que tudo deve estar no seu devido lugar!

Logo terei mais ânimo para sair. By now, olho pela fresta. Daqui do meu canto reparo que algum raio de sol já se esquia pela fresta da porta, chamando-me para um passeio lá fora... já vou, já vou! Tô indo!!!.....

Om Shanti!

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

NONSENSE: em dez minutos

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"Swim out on a sea of faces
The tide of the human races
An answer now is what I need
See it in a new sun rise and
See it breaking on your horizon, come on love, stay with me"

Hoje tenho pouco tempo para escrever. Em dez minutos vou tentar dizer o que achei do novo CD do Coldplay (XY).

É simples: ouvindo esta música enquanto dirigia hoje pela manhã, com o sol batendo no rosto e o asfalto liso, tive a sensação de que eles tocam do jeito que a vida deve ser - um conjunto de sons, notas, acordes e vozes formando a melodia perfeita. Tudo se integra e se complementa. Tudo interligado. Tudo bem, Bethoveen seria mais adequado para esta comparação. Mas hoje cedo foi Coldplay que me fez flutuar.... flutuo com pouco mesmo, ainda bem.

Na minha própria melodia ainda escuto algumas dissonâncias. Por isso ponho o som alto, bem alto e tento acertar o compasso, tão bem quanto eles fazem nesta música - White Shadows. Linda!

É, a semana começando e eu tentando acertar o compasso com a vida - e com as pessoas. ...mmmm..... é um bom início!

Om Shanti!

quarta-feira, 27 de julho de 2005

NONSENSE: resumindo

Só para resumir aonde eu estou e onde eu quero chegar com tanta fosforilação:

"Simplicidade de caráter é o resultado natural da reflexão profunda"

Dizem que sou complexa. Faz sentido. É complexo e difícil chegar à simplicidade. Mas estou a caminho... peraí... já estou chegando... se depender de reflexão...

Om Shanti!


terça-feira, 26 de julho de 2005

SAIBAM: atestados

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Faz mais de uma semana que não publico nada. Minha cabeça não está tão criativa assim. Ando ocupada demais lendo e tendo embates filosóficos de mim comigo mesmo, impublicáveis... hehehehehe

Depois de ter assinado meu atestado de pobreza ao escolher fazer pediatria, ou pior ainda, infecto-pediatria... depois de ter assinado meu atestado de burrice quando... mmmmm... deixa pra lá quando, mas não faz muito tempo não e aliás, não foi um só! Depois disso tudo, não lembrava mais do meu último atestado.

Aí achei essa pic aí de cima, tirada no Original - e é realmente um atestado de que sou uma nerds, escrito de próprio punho e com letra de bêbada, sob a pressão da Mari e do Giba...até lembro o que eu tinha aprontado na ocasião, mas não vou contar não, não importa!O fato é: QUE NERRRDDSSS que eu sou! - E é bom que todos saibam disso, assim podem relevar se eu publicar qualquer coisa muito mais nonsense que este texto mesmo, ou tomar atitudes mais nonsense ainda. Pior: dizer uma coisa e fazer outra, confundir tudo, me atrapalhar um bocado até.... até..... até eu chegar onde estou hoje - botando as coisas no lugar.

Logo, logo vou poder declinar do meu atestado de nerds já que, devagar, estou conseguindo desanuviar toda a confusão da minha cabeça e pôr os sentimentos em ordem. Calma, calma, eu chego lá! Por enquanto podem me considerar assim: uma nerdzinha de bom coração querendo me encontrar. Comigo mesmo e com quem é nerds o suficiente para me aguentar! (digamos que a segunda parte é a mais difícil. Não é, definitivamente, fácil encontrar alguém nerds o suficiente para me aguentar. Minhas amigas bem que se esforçam...)

Mas, enfim, tudo progredindo: só esta minha constatação já é um progressinho... e vamos em frente, porque o humor, o instinto, o sexto sentido, a conjunção astral e qualquer outro feeling ou impressão que está pintando diz que as coisas estão, finalmente, at last, indo pelo caminho certo. (hope so)!

Om Shanti!

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Médica formada na Faculdade de Medicina do ABC em 1999. Fez residência em Pediatria na Escola Paulista de Medicina – UNIFESP até 2002.

Especializou-se em Homeopatia pela Escola Paulista de Homeopatia, atual ICEH, de 2003 a 2005.

Seu interesse em Ayurveda nasceu com o início das práticas de Yoga em 2002. Em 2007, fez o módulo I de formação em Yoga com Pedro Kupfer. Em 2008 concluiu a formação em Ayurveda na Clínica Dhanvantari em São Paulo, com Dr. Luiz Guilherme Corrêa Neto.

Na Índia, fez estágio em Ayurveda e Pregnancy & Baby Care na “School of Ayurveda & Panchakarma”, Kannur, Kerala, em Janeiro de 2009 e no Arya Vidya Peetam Trust, AVP Hospital, Coimbatore, em janeiro de 2010.

Atualmente trabalha na em seu consultório, atendendo a consultas de Pediatria e Puericultura, permeadas pela Homeopatia, pelo Ayurveda e pela sua bagagem de maternagem.

Escreve o blog PEDIATRIA INTEGRAL no Portal de maternidade ativa Vila Mamífera.

TODOS SOMOS UM